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Obesidade é fator de risco para o câncer

Atualizado: 20 de out. de 2020

A obesidade é um fator de risco modificável com relação ao desenvolvimento de cânceres. Isso quer dizer que, assim como o tabagismo, a condição está relacionada aos hábitos de vida. Por conta de fatores sociais e ambientais da sociedade moderna, a obesidade, apesar de ser um fator de risco considerado prevenível na diminuição do risco de desenvolver um câncer, acaba atingindo 20% da população brasileira e influencia em diversos tipos da enfermidade.

Entre os tipos de cânceres influenciados pelo excesso de peso, estão:

  • Mama feminino

  • Endométrio

  • Colorretal

  • Esôfago

  • Bexiga

  • Rim

  • Pâncreas


Além disso, alguns dos mecanismos de surgimento e progressão do câncer, influenciados pela obesidade, já foram estudados. São eles:


  • Aumento da inflamação crônica

  • Promoção da resistência à insulina e desenvolvimento de diabetes tipo 2

  • Aumento da vascularização (angiogênese)

  • Desregulação da morte celular

  • Aumento da produção e conversão de hormônios sexuais (como o estrogênio)




Obesidade e o IMC


Obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como Índice de Massa Corporal (IMC) >= 30 kg/m² - calculado apenas com o peso e a altura da pessoa. Por ser prático, sem custo nenhum e aplicável a estudos populacionais, utiliza-se o IMC para determinar a presença de obesidade nos indivíduos. Entretanto, o Índice não mostra a real composição corporal (quantidade de gordura e músculo), o que pode gerar resultados muito diferentes entre pessoas com o mesmo peso, mas com composições corporais diferentes.


Isso leva a outro conceito, o paradoxo da obesidade. Alguns estudos com pacientes oncológicos observaram que aqueles com IMC elevados apresentaram maior sobrevida. Apesar da relação não estar completamente elucidada, uma das possibilidades é que este método de classificação não leva em consideração a composição corporal. Mais importante que o peso em si, é a proporção de massa magra em relação ao tecido adiposo. No caso dos pacientes oncológicos, ter e manter uma maior quantidade de massa muscular pode protege-los contra efeitos adversos do tratamento, melhorar sua tolerância e aumentar sua sobrevida.




Controle da alimentação no paciente oncológico


Além dos fatores diretos causados pelo excesso de gordura corporal, muitas vezes esse quadro está associado ao baixo consumo de frutas e verduras, o que leva à uma baixa ingestão de fibras, micronutrientes e antioxidantes.


Tudo isso significa que é preciso perder peso caso o câncer já esteja instalado? Não! A perda de peso brusca pode trazer prejuízos e poucos casos se beneficiam com o emagrecimento durante o tratamento oncológico. É necessário avaliar cada caso individualmente.


O mais importante durante o período de tratamento é ter uma alimentação saudável associada à prática de atividade física, se possível, que podem contribuir com uma melhor resposta ao tratamento e com a prevenção de recorrência.


Lembre-se! O Nutricionista Oncológico é o profissional capacitado para realizar a avaliação da composição corporal e verificar se há a necessidade de ajustes na alimentação, por meio de adaptações, conforme a individualidade do paciente.


Referências:

Divella R, et al. Obesity and cancer: the role of adipose tissue and adipo-cytokines-induced chronic inflammation. J Cancer.2016;7(15):2346-59.

Quail D, Dannenberg A. The obese adipose tissue microenvironment in cancer development and progression. Nat. Rev. Endocrinol.2019;15:139-54.

Blauwhoff-Buskermolen S, et al. Loss of muscle mass during chemotherapy is predictive for poor survival of patients with metastatic colorectal cancer. J Clin Oncol. 2016;34(12):1339-44.

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